A reunião de Escolas de Arquitectura e Urbanismo de países de língua portuguesa sob a forma de Academia é motivada pelo reconhecimento dos seguintes pressupostos: â—¸ A língua portuguesa nos dispõe pela sua natureza ontológica, a aproximarmo-nos da forma como visualizamos, sentimos, pensamos e indagamos as realidades nas quais actuamos; â—¸ A língua portuguesa falada é um notável meio de apreensão do espaço social, fazendo emergir os significados das expressões regionais e locais, revigorando continuamente o património comum da lusofonia; â—¸ A língua, quando tende para a linguagem, assumindo expressão literária e função poética, promove um encontro de sensibilidades que revelam os sentidos ocultos e não habituais dos espaços, dos lugares e das comunidades que são objecto da nossa actuação; â—¸ O património construído pela língua portuguesa, na sua dimensão libertadora, nos provoca, permanentemente, a indagar os caminhos da arquitectura e do urbanismo. O Português, como língua comum, aliado ao ensino, à investigação e à prática da Arquitectura e do Urbanismo, com a complexidade e a diversidade que os definem, são condições necessárias e suficientes para a criação da egrégora que se consigna nos presentes estatutos. Criar, pensar, fazer, experimentar, são meios que exprimem as acções a empreender no entendimento dos fundamentos que o legado patrimonial nos fornece. Neste mundo em mutação, em ruptura de valores, cujos efeitos ainda se desconhecem, pretende-se abrir um espaço criativo e afirmativo que abrigue as gerações vindouras na inquietação que as actividades inerentes encerram. O múltiplo sentido, que se pretende aberto e plural, ancora a presente Academia de Escolas de Arquitectura e Urbanismo de Língua Portuguesa, destinada a reflectir, discutir, investigar e agir nos domínios da educação, da pesquisa e da produção da Arquitectura e do Urbanismo referenciadas ao espaço comum da lusofonia. |