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Moderno Tropical é um livro onde a beleza nostálgica das cidades da África lusófona é fixada com afecto e sabedoria. Fala-nos do expressionismo sensual que lembra temperaturas cálidas, outras vezes tórridas, da transpiração e da exaltação do calor, da linha curva do movimento, da beleza dos corpos. Volumes, composição, grandes peças escultóricas. Depois das formas e da expressão. Lança a ideia das tipologias tropicais, dos lugares para viver essa vida de grande horizonte. (…) É essa boa vida – dos cinemas ao ar livre com esplanadas, ou da expressão religiosa feita com essa largueza de mundo e de cálculo estrutural, ou das galerias suspensas como ruas “levantadas” de modo a distribuir o acesso às habitações ao ar livre – que Ana Magalhães e Inês Gonçalves fixam com força e lirismo. É dessa vida – onde corpo e comunidade procuram fresco, sombra e, sobretudo, viver e conviver longe dos preconceitos pesados de um mundo tão fechado como era o de Portugal – que nos fala este livro. ANA TOSTÕES, do Prefácio No território africano sob domínio colonial português, menos sujeito à pressão dos cânones culturais do Estado Novo e ao mesmo tempo com mais necessidade de construção urbana, os arquitectos portugueses exploraram livremente o Movimento Moderno. A arquitectura dos anos 50 e 60 em África traduziu não só os ensinamentos da Carta de Atenas, de Le Corbusier, mas também as formas modernas desenvolvidas no Brasil. é à procura desse denominador comum - tropical - que Ana Magalhães e Inês Gonçalves numa viagem a Luanda, Lobito, Maputo e Beira, onde fazem um levantamento fotográfico dos edifícios de vanguarda aqui tratados. |