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Este primeiro volume dos cadernos é dedicado aos elementos urbanos. Está organizado como uma colectânea de textos temáticos, abordando o tecido urbano e a sua decomposição elementar. Cada artigo trata um dos componentes do tecido a partir de uma sua faceta particular mas exemplificativa, utilizando sempre o desenho como instrumento insubstituível para a leitura e reflexão sobre a forma da cidade. Recorre maioritariamente ao material recolhido e produzido para a construção do Atlas Morfológico da Cidade em Portugal, projecto de fundo do grupo de investigação FORMA URBIS Lab, cumprindo assim um dos seus principais objectivos que consiste na disponibilização de um corpus de estudo sobre a cidade portuguesa, fundamental para o desenvolvimento de trabalhos sobre as questões da forma urbana. A obra organiza-se em nove partes, decompondo a cidade em vários estratos de leitura e depois analisa as suas componentes pública e privada. As- sim, são tratados [1] o tecido urbano, como o todo construído; [2] o traçado, como abstracção da for- ma urbana; e [3] a malha, como modelo conceptual de organização do espaço. De seguida explora-se a componente pública do objecto urbano através dos seus dois elementos fundamentais: [4] a rua, elemento comum, e [5] a praça, elemento de excepção. A reflexão sobre a componente privada do tecido é realizada numa abordagem ao [6] quarteirão, como unidade de agregação, [7] e à parcela, como unidade elementar. Por último, realiza-se uma aproximação ao construído através do [8] edifício público e do [9] edifício privado. |
A colecção Cadernos de Morfologia Urbana é o resultado dos trabalhos e reflexões realizados pelo grupo de investigação Forma Uubis Lab sobre a forma da cidade, recorrendo ao abundante material produzido para o projecto de construção de um Atlas Morfológico da Cidade Portuguesa, para o que se propõe percorrer os grandes temas do estudo da cidade do ponto de vista da sua forma. Organiza-se em 4 volumes: I. Os elementos Urbanos Aborda os tecidos urbanos e os modelos de organização da sua forma, assim como a sua decomposição elementar. Organiza-se em três grupos temáticos: o tecido urbano como um todo e as suas componentes pública e privada. II. O Tempo e a Forma Aborda a forma da cidade na sua relação com o tempo, isto é, os tecidos urbanos no ponto de vista da sua permanente evolução e como resultado de diversos processos de sedimentação: formação, transformação, persistência e mudança. III. Outras Abordagens Aborda o contributo de diferentes disciplinas e a sua representação na arte, assim como a sua expressão noutros contextos territoriais. Apresenta visões complementares sobre o estudo da forma da cidade portuguesa. IV. Conceitos e Metodologias Aborda a Morfologia Urbana como campo disciplinar, destrinçando os seus conceitos básicos, as metodologias e instrumentos utilizados no seu estudo; e uma bibliografia temática de obras de referência e dos trabalhos desenvolvidos em Portugal. |
Preço de capa - 15,00€ Encomendar via e-mail ARGUMENTUM, Edições, Estudos e Realizações , Lda geral@argumentum.pt www.argumentum.pt www.facebook.com/pages/ Rua Antero de Figueiredo, 4-C 1700-041 Lisboa PORTUGAL Tel: (+351) 21 394 0547 Fax: (+351) 21 394 0548 |
![]() JORGE, G. (Coord.), 2013. Para uma Ética do Território. Faculdade de Arquitectura – Universidade de Lisboa. 216 pp. | ISBN: ISBN 978-972-9346-37-8 Livro disponível para aquisição presencial nos gabinetes 6.1.12 e 6.1.14 da FA-ULisboa ou envio por correio (nacional ou internacional). Mais informações: arquitecturas.mar@fa.ulisboa.pt |
O conceito de território encontra-se frequentemente associado à ideia de um espaço onde uma ordem específica, seja ela proveniente da Natureza ou dos vários tipos de jurisdição, é exercida. Assim, um território é um espaço onde a ordem de qualquer coisa ou de alguém se manifesta e é respeitada. Tal implica que o mundo, nas perspectivas pelas quais se constitui, que são sempre diferentes, é acessível através da descrição do conjunto dos seus territórios. Será então o carácter da ordem definidora de um território que caracteriza as diferentes disciplinas e ramos do conhecimento que usam este conceito (o de ordem) como instrumento de análise. Para que os diferentes objectos de estudo, assim constituídos, possibilitem uma descrição com sentido é necessário adoptar critérios axiológicos que acabam inevitavelmente por determinar uma hierarquização dos territórios (enquanto objectos e elementos classificáveis) e um juízo sobre a sua presença (enquanto objectos de desejo, de fruição, de posse ou de ordenamento). Contrariando a neutralidade reivindicada por uma noção corrente de cientificidade, o estudo do(s) territórios(s) não está isento de pré-juízos, tanto do ponto de vista ético quanto do estético. Aqui ficam reunidas as tentativas desenvolvidas no contexto do Seminário “Para uma Ética do Território" encerrando-se um ciclo de encontros científicos onde se exploraram temáticas desenvolvendo-se dentro ou na proximidade daquilo a que se convencionou chamar “Arquitecturas do Mar”. As contribuições, muito variadas, dos participantes, mais uma vez, alargaram o campo de pesquisa de um determinado Território. Qual? Aquele que, como conceito e como objecto de estudo, se define, a partir das diferentes perspectivas disciplinares implicadas na análise das regiões onde a influência do mar é sentida. Assim, da Cultura à Estética, do Património às Tecnologias da Informação, da Paisagem à Antropologia, percorreram-se as investigações individuais ou grupais, mais recentes já concluídas ou em vias de conclusão, sintetizadas nas comunicações e, depois, discutidas nas mesas redondas que se realizaram no termo de cada painel temático. Muito brevemente, poder-se-á considerar que as conclusões mais gerais apontam para a necessidade urgente de se implementar a legislação e os instrumentos de gestão integrada permitindo reabilitar, conservar e desenvolver sustentadamente a totalidade do território definido pelas regiões ribeirinhas do país. |
![]() JORGE, G. (Coord.), 2013. O (Re)verso da Paisagem – Filosofias da Pobreza e da Riqueza. Faculdade de Arquitectura – Universidade de Lisboa. 271 pp. | ISBN: 978-972-9346-35-4 Livro disponível para aquisição presencial nos gabinetes 6.1.12 e 6.1.14 da FA-ULisboa ou envio por correio (nacional ou internacional). Mais informações: arquitecturas.mar@fa.ulisboa.pt |
Em toda a Paisagem podemos sempre encontrar um verso e um reverso. Por verso entenderemos aquilo que se vê, enquanto que por reverso, aquilo que se não vê – em qualquer caso, de um determinado ponto de vista. Poder-se-á considerar que existe uma relação dialéctica entre verso e reverso como entre ricos e pobres? Talvez, mas o que é certo, e eventualmente importante, é que as duas faces da Paisagem só são distinguíveis e compreensíveis quando se apresentam em oposição. É que pontos de vista diferentes darão azo a vivências também diferentes e a paisagem, enquanto construção cultural, situada no espaço e no tempo, corresponde sempre a uma certa expectativa de quem a vê. A essa expectativa não serão estranhos, obviamente, os juízos económicos que percorrem um vasto campo de significação que vai da função à beleza. Mas Paisagem, na condição de algo assim construído, implicará sempre a existência de um seu reverso, da mesma maneira que uma peça de roupa ou um cenário de teatro implicam, respectivamente, um forro e uns bastidores. Dever-se-á isso ao facto de, à semelhança de qualquer dispositivo espacial de representação, a percepção daquilo a que chamamos paisagem, como tal, só ser possível com o concurso de uma ilusão, por vezes sustentada materialmente? A esta pergunta pode juntar-se outra. Que representa a paisagem? Ou, mais concretamente, onde vai a paisagem pedir emprestado o seu sentido? É verdade que dispomos de respostas simplificadas quando evocamos o nosso reportório de conceitos ambientais, as nossas experiências poéticas (sempre culturalmente codificadas) ou o mito. Em qualquer dos casos, algo se desenvolve aqui como um processo sempre dinâmico. E, de facto, é a partir do seu reverso que o, por assim dizer, mecanismo da paisagem funciona. Aquilo que é necessário promover, preservar ou recuperar exige o emprego de determinados meios e a mobilização de competências e, muitas vezes, da consciência do próprio público. Por isso mesmo, não existe, em rigor, paisagem absolutamente natural. A presença do Homem, imprescindível ao reconhecimento da sua existência, vem perturbar-lhe a solidão. Estranhamente, toda a potência comunicativa da paisagem assenta aí mesmo. Nos últimos cinco séculos ensinaram-nos a olhar para a Paisagem de modos específicos, familiarizando-nos com aquilo a que agora estamos a chamar o seu verso. Conseguiremos, agora, numa tentativa de elementar pedagogia, apreciar o seu actual reverso: onde, de um modo mais ou menos surdo, actua tudo aquilo que não deve ser visto, como os caboucos rudes de um palácio? Até porque, pelo verso e o reverso, a Paisagem é algo que merece a todos os títulos ser revisto como construção e como conceito. Aqui ficam reunidas as tentativas desenvolvidas no contexto do Seminário “O (Re)verso da paisagem – Filosofias da Pobreza e da Riqueza |
A Casinha dos Prazeres Jean-François de Bastide com desenho de Álvaro Siza Vieira Jean-François de Bastide (Marselha, 1724 – Milão, 1798), o autor deste A CASINHA DOS PRAZERES, que hoje se dá pela primeira vez em português, encontra-se entre os cultores da literatura libertina, embora quase todas as suas obras tenham passado praticamente despercebidas e não lhe tenham sequer granjeado um lugar no panteão dos autores libertinos do seu século: Duclos, Voisenon, Restif de la Bretonne, Chevrier, Dorat. Ora, este La petite maison não é bem um conto erótico, a não ser porque tem atado na ponta a fantasia da sedução. Na realidade, é muito mais uma narrativa de métodos e modelos arquitetónicos do que um repertório de estratagemas e lances amorosos. Ou é também isto, mas por causa daquilo. O texto resulta da colaboração de Bastide com o mestre e crítico de arquitetura Jacques-François Blondel, tendo sido publicado pela primeira vez em 1753 (a versão aqui trabalhada é a de 1763, que apareceu nos Contes de Bastide). Nele, a casinha dos prazeres do marquês de Trémicour ergue-se como personagem de uma intriga muito simples, que tem como base uma aposta: o marquês acha que a casinha chegará para seduzir a jovem Mélite; Mélite aposta que não. Mas a casinha é uma espécie de dueña ou alcoviteira ao serviço do sedutor. Adivinhe o leitor qual é o desenlace deste desafio… De facto, a casinha tão exaustivamente descrita por Bastide não podia deixar de ser um prodígio, embora, transcrita em palavras, nos aguce o apetite para uma qualquer reencenação das múltiplas maravilhas aí descritas (Peter Greenaway pelava-se por tê-la como cenário de um dos seus filmes). O livrinho foi escrito em pleno apogeu do rocaille tão ao gosto de Luís XV e da sua inseparável Madame de Pompadour. Ao leitor contemporâneo espantará o inquietante horror ao vazio desvelado pela narrativa. Mas o gosto da época era assim; Mélite extasia-se com as preciosidades (quantas mais melhor), às quais atribui o mais alto valor. Daí aos braços de Trémicour vão os braços de uma poltrona. ANTÓNIO MEGA FERREIRA (da Apresentação) Os espaços construídos na literatura, inventados ou evocando lugares reais tiveram sempre uma imensa influência no modo como vemos a cidade, a rua, a praça, a casa e o palácio, a nave e o quarto. São construções mentais e materiais que atravessam o arco do tempo e deram passagem a outra escrita e pensamento, da sociologia, da historiografia, da teoria e da crítica em arquitectura. É, porém, a eloquência verbal da literatura que dá ao silêncio aparente e grave da arquitectura uma voz que esta colecção ESPÉCIES DE ESPAÇOS, que toma de empréstimo o título de Georges Perec de 1974, pretende apresentar, sempre acompanhada por desenhos ou ilustrações. SUSANA OLIVEIRA (da Apresentação) Autor Jean-François de Bastide Colecção ESPÉCIE DE ESPAÇOS Dirigida por Susana Oliveira Tradução e apresentação António Mega Ferreira Desenhos Álvaro Siza Vieira Design e logótipo convidado Luís Mendonça |
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A evolução das formas urbanas de Lisboa e do Porto nos séculos XIX e XX Vitor Manuel Araújo de Oliveira Sinopse A obra Este livro analisa a evolução das formas urbanas de Lisboa e do Porto ao longo dos séculos XIX e XX. A primeira parte fornece um enquadramento teórico e metodológico da morfologia urbana, identificando as origens, desenvolvimento e características fundamentais das abordagens dominantes nesta área do conhecimento. Este enquadramento suporta a construção de uma matriz de análise que será aplicada no estudo das duas maiores cidades portuguesas. Na segunda parte do livro caracterizam-se os processos de expansão de Lisboa e Porto, identificando diferentes padrões em diferentes tempos e espaços destas cidades, e evidenciando os impactos dos grandes documentos de planeamento, desde os Planos Gerais de Melhoramento até aos atuais Planos Diretores Municipais. Conclui-se demonstrando que o estudo da forma urbana será enriquecido pela inclusão de novas atitudes metodológicas, nomeadamente o Redesenho Cartográfico suportado por Sistemas de Informação Geográfica. O autor Vítor Oliveira é investigador no Centro de Investigação do Território, Transportes e Ambiente (CITTA / FEUP) e professor auxiliar na Universidade Lusófona do Porto. É arquiteto pela FAUP, mestre em Planeamento e Projeto do Ambiente Urbano (FAUP/FEUP) e doutor em Engenharia Civil (FEUP). É presidente da ‘Rede Portuguesa de Morfologia Urbana’ (PNUM) e membro do Conselho Científico do International Seminar on Urban Form (ISUF). É editor da Revista de Morfologia Urbana e membro do quadro editorial da revista Urban Morphology. As suas áreas de investigação são a morfologia urbana, o planeamento urbano e a avaliação. |
![]() O novo número da Colóquio-Letras, edição Maio-Agosto, associa-se às comemorações do ano Portugal/Brasil, dedicando o seu tema inicial a aspetos da literatura de ambos os países, tanto na poesia como na ficção, sobretudo contemporânea. Saulo Neiva aborda os diálogos de Os Lusíadas e a épica brasileira contemporânea; Sofia de Sousa Silva escreve sobre arte e artesanato em Mário de Andrade, João Cabral de Melo Neto e Sophia de Mello Breyner; Iumna Maria Simon contextualiza aquilo que considera ser uma retradicionalização «frívola» na poesia brasileira. |
Ainda no âmbito desta temática, Vera Bastazin reflete sobre a contaminação possível entre Hilda Hilst e Luís Miguel Nava, Ana Marques Gastão assina um artigo sobre «Clarice Lispector ou a autoentrevista» e Isabel Pires de Lima relaciona a obra de Fernanda Botelho e Nélida Pinõn com a Xerazade. Clarisse Fukelman detém-se, por outro lado, sobre a literatura de autoria feminina no Brasil, confinando-se a romancistas reveladas a partir da década de 90. Haverá também neste número espaço para evocar Benedito Nunes, pensador e ensaísta brasileiro recentemente falecido, num texto de Kenneth David Jackson. De Alberto Lacerda revelar-se-á, em texto de Luís Amorim de Sousa, a correspondência trocada com poetas brasileiros a exemplo de Cecília Meireles, Manuel Bandeira, Murilo Mendes, Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto ou Haroldo Campos. Obras de Eduardo Lourenço, Manuel Gusmão, Agostinho da Silva ou Yves Bonnefoy são alvo de recensões mais extensas, publicadas em «Notas & Comentários», respetivamente por António Marques, António Carlos Cortez, António Cândido Franco e Fabio Scotto. Revelam-se nesta edição, inéditos de Maria Alzira Seixo, Marco Lucchesi e Helena Carvalhão Buescu. A crónica é de autoria do escritor cabo-verdiano Germano Almeida e os desenhos, da série «Insetos e Insetas», são de Fernando Lemos. http://www.coloquio.gulbenkian.pt/ |
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O Património Urbano e Arquitetónico é expressivo em Maputo, palco privilegiado de vários tempos de construção que deixaram as suas marcas, onde o saber da Arquitetura urbana ditou o método através do “traçado” que, também ele com valor patrimonial, albergou e sedimentou o quadro edificatório. | O registo das obras resultou não só da sua qualidade como também do significado que tiveram nos tempos de assentamento urbano da cidade, contribuindo de forma inequívoca para a identidade urbana da capital moçambicana. Não é, portanto, possível imaginar o quadro edificatório sem a prática do traçado que determinou a estrutura urbana de Maputo. |
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“A realidade tem sido lida como sendo uma superficialidade controlada, enfatizada por um sistema indutor de informação persuasiva e dirigida, fazendo com que a sociedade não identifique, absorva ou relacione em profundidade as verdadeiras questões, facilitando que se estabeleçam padrões de influências geridos por “opinion makers”. |
Trata-se de uma reflexão sobre os valores, a simbologia e a realidade dos dias de hoje no mundo da arquitectura, da arte e não só. O autor Arquitecto pela Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, em 1973. Pós-Graduação em "Conservação e Recuperação de Edifícios e Monumentos", Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, em 1984. |
É Doutorado em Arquitectura pela Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, em 1993. Actualmente, é Professor Catedrático de Arquitectura e Urbanismo da Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa. |
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Os textos reunidos nesta coletânea foram elaborados a partir do Seminário Internacional “Reconversão e Regularização de Loteamento de Génese Ilegal: Análise comparativa Portugal-Brasil”, realizado na PUC-SP, em 2008. A relevância dos trabalhos aqui publicados expressa-se ma atualidade das questões tratadas e na importância das análises apresentadas, no que diz respeito às possibilidades de compreensão e ao alcance das políticas públicas referentes à regularização do solo urbano, tanto em Portugal como no Brasil. Considera-se que a sua principal contribuição seja chamar a atenção para a atualidade de um tema que foi pouco trabalhado na universidade e ao longo dos anos 1990, quer em Portugal em face da expectativa de uma reconversão rápida na sequência da publicação de uma Lei excepcional (91/95) que remeteu aos proprietários a responsabilidade primeira de reconversão, quer no Brasil, pela crença no avanço das políticas urbanas e nas conquistas da legislação urbanística, sobretudo a partir da Constituição Brasileira de 1988. Organizadoras: Lucia Bógus, Isabel Raposo, Suzana Pasternak |
Adriano Tomitão Canas
Doutor, Arquiteto e Urbanista pela Universidade Federal de Uberlândia. E-mail: adrcanas@uol.com.br Resumo Este texto pretende compreender o projeto museológico proposto para o Museu de Arte de São Paulo (MASP) inserido nas discussões internacionais relacionadas à renovação do papel dos museus na cidade do pós-guerra. No discurso elaborado por Pietro Maria Bardi para apresentar o MASP à época de sua criação em 1947, encontra-se sintonias com as discussões presentes no debate internacional entre os arquitetos modernos que buscavam por uma renovação da função dos museus e do seu papel na transformação do espaço da cidade. No campo da arquitetura, em um período de revisão de suas primeiras proposições, os museus tornaram-se peças chaves nas estratégias dos arquitetos modernos atuantes no pós-guerra, com propostas de restabelecer, para as cidades, pontos vivos que pudessem transformar os velhos centros ou construir outros novos. Lugares destinados às obras de arte na cidade moderna já haviam sido propostos no IV CIAM de 1933, que originou a Carta de Atenas e Can our Cities Survive? O tema foi desenvolvido no VIII CIAM intitulado "O Coração da Cidade", de 1951, no qual a proposta de museus como "laboratórios" encontra-se nas proposições de Le Corbuiser e de Josep Lluis Sert em seus discursos na busca por uma transformação dos centros das cidades através da criação de pontos estratégicos que viriam a contribuir para recuperar um sentido de coletividade. Le Corbusier cita o MASP da Sete de Abril como um dos exemplos da forma como se daria a integração entre museu e cidade, um dos papéis do "coração". Clique aqui para ler o artigo [pdf]. |
Abstract This paper aims to understand the museological project proposed for the São Paulo Museum of Art (MASP) within the international discussions about the renewal of the role of museums in the post war cities. In a speech prepared by Pietro Maria Bardi at the presentation of MASP by the time of its creation in 1947, in the international debate among modern architects who sought renewal for the museums and their role in the transformation of the city space. In the architectural field in a period of reformation of its first propositions, the museums have become key elements for the modern architects working at the post war period, whose proposals aimed to reestablish live spots in the cities that could transform the old centers or to build new ones. Specific sites for works of art had already been proposed in the modern city at the CIAM IV in 1933, which originated the Athens Charter and Can Our Cities Survive? The theme was developed at CIAM VIII entitled "The Heart of the City", in 1951, in which the proposition of a museum as "laboratories" lies in the propositions of Le Corbuiser and Josep Lluis Sert in his speeches in the search for a transformation of the cities' centers by creating strategic sites that would help restore a sense of community. Le Corbusier quotes MASP as one example of how the integration between the museum and the city would take place, one of the roles of the "core." |
Alberto Goyena 
Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia – IFCS/UFRJ. Orientando do Prof. José Reginaldo Santos Gonçalves e Bolsista da CAPES.
 E-mail: goyena@ufrj.br Resumo 
Por mais paradoxal que isto possa parecer, meu interesse por técnicas e rituais de demolição de construções arquitetônicas é um desdobramento de estudos sobre patrimônios culturais, coleções e formas de exposição museográficas. Partindo da hipótese de que talvez seja rentável, para pensar acerca da noção de "patrimônio", trazer para o centro do debate a idéia de "demolição", apresento nesta comunicação algumas considerações de uma pesquisa antropológica sobre edifícios que tiveram de ser negados para que novas construções possam ter sido erguidas. Para tal, ponho em contraste e comparo os procedimentos de uma equipe de demolição com as práticas de uma confraria de colecionadores de fotografias do Rio Antigo. Clique aqui para ler o artigo [pdf]. |
Abstract
 However paradoxical it may seem, my interest in techniques and rituals of architectural demolition is an outgrowth of studies on cultural heritage, collections, and forms of museographic exhibitions. I here assume that it could be useful, when thinking about the concept of "heritage", to bring to the center of the debate the idea of "demolition". Therefore, I seek to present in this paper some considerations of an anthropological research on buildings that had to be negated so as that new ones could be built. To do so, I here compare and contrast the procedures of a demolition team to the practices of a fellowship of Old Rio photographs collectors.
"Destruction does not suffice – any more than does preservation – to guarantee permanence. But it can contribute to it, and this is enough to challenge the equation between destruction and oblivion and to justify a theoretical distinction between memory and material survival" Dario Gamboni |
Autores: Rui Barreiros Duarte Arquitecto, Professor Catedrático da FA/UTL – Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa Ana Paula Pinheiro Arquitecta Resumo Os museus são os depositários de fragmentos de memórias duma cultura. Focando temas específicos e de acordo as circunstâncias e os lugares, os museus têm vindo a adquirir um estatuto de divulgação patrimonial e de interacção com o público cada vez maior, tirando partido das novas tecnologias e da complexidade de funções que incorporam, muito distantes dos programas iniciais. Quer surjam como ícones ou com enquadramentos contextualizados, eles redefinem usos urbanos criando polaridades culturais diversificadas que dão competitividade às cidades. Daí a multiplicidade de estratégias que cada vez mais importa identificar, e que naturalmente constituem “livros abertos” que na contemporaneidade articulam discursos integrados que envolvem a arquitectura e o espaço adjacente, as exposições, os acontecimentos culturais e actividades de extensão. Sob estas vertentes, a visualidade dos museus tira partido do modo de expor, das qualidades comunicativas que envolve o público de todas as idades para que as questões de identidade se sedimentem duma forma natural e profunda. Icon, context and patrimonial interventions: communicative qualities and narratives of the Museums. Clique aqui para ler o artigo [pdf]. |
Abstract Museums become the depositories of fragments of different memories of a certain culture, overlapping them in one space. Focusing on specific themes and according to circumstances and places, museums have been acquiring an explicit status increasing the patrimonial disclosure and interaction with the public, taking advantage of new technologies and their complexity of functions incorporated, in many more layers, than those suggested by the initial programs. Whether they emerge as icons or with a certain contextualized background, they redefine urban uses, creating diversified cultural polarities that place the cities in a competitive market. From this, results a multitude of strategies that become even more important to identify and comprehend, and that naturally become like ‘’open books’’; contemporarily these strategies articulate integrated discourses that surround the architecture and the adjacent space, the expositions, the cultural events and the extension activities. Under these themes and concerns, the visibility of the museums takes advantage of the different ways of exposure involving the public, no matter the age, so that the identity issues underlying the process and the project can take its roots in a natural and profound way. |
Camila Bezerra Furloni Pós-graduanda do Curso de Especialização em Preservação e Gestão do Patrimônio Cultural das Ciências e da Saúde – Casa de Oswaldo Cruz – Fundação Oswaldo Cruz Orientadora: Ana Albano Amora Abstract The paper deals with changes in the concept of heritage and museums throughout the twentieth century and the beginning of XXI and its physical and symbolic implications in architecture. For its analysis, it uses the comparative case study between two cultural centers located within the area called Castelo, downtown of Rio de Janeiro: the Museum of Image and Sound (Museu da Imagem e do Som - MIS) and the Cultural Center of Health (Centro Cultural da Saúde - CCS), both built as pavilions for the Centennial Exhibition in Homage to Independence in 1922. It confronts the current adaptation of buildings endowed with historical value in museums with the new designs for museums as works of art themselves. Clique aqui para ler o artigo [pdf]. |
Claudia Dall´Igna Profa FA-UFRGS, MArq ETSAB-UPC Graduada pela UFRGS em Arquitetura e Urbanismo (1992) Mestre em Arquitetura e Cidade/Metropolis, pela ETSAB-UPC (1995) Professora substituta da FA-UFRGS, departamento de URBANISMO. E-mail: cdalligna245@googlemail.com Carla Gastaud Profa ICH/DHA UFPel, Dra FACED-UFRGS cgastaud@terra.com.br Graduada pela UFPEL em Historia (1995) Mestre em Historia pela UFRGS (1998) Doutora em Educação pela UFRGS (2009) Professora adjunta do ICH/UFPEL curso de Museologia Resumo Los museos viven el momento paradoxal entre la sacralización y la banalización, entre la elitización tradicional y la popularización. Este museo, que há sido templo, fué cementério, hoy es teatro. El museo es espacio publico, de ócio, contemplación, educación y comércio. Los museos han sobrevivido a la crisis de identidad de fines del siglo XX a través de la renovación y el crescimiento de publico. El museo se relaciona e identifica con el hombre y la realidad del presente, por esta razón adaptar-se es parte de la propia naturaleza. Aun que las ideas de estabilidad y transformación parezcan antagônicas, el museu existe como reflejo de su tiempo y de esta forma se tiene que transformar permanentemente renovando su sentido para permanecer. Clique aqui para ler o artigo [pdf]. |
Daniela José da Silva é Designer Gráfico pela Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás (2006) e acadêmica do oitavo período do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Goiás. Tel.: (62)8424-8750 E-mail: danijdesigner@gmail.com Pedro Henrique Máximo Pereira é acadêmico do oitavo período do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Goiás e do segundo período do curso de Artes Visuais da Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás. Tel.: (62)9335-1288 E-mail: pedrohenrique.mx@hotmail.com Maíra Teixeira Pereira é Arquiteta e Urbanista pela Universidade Federal de Viçosa (2001), mestre pela Universidade Federal de Viçosa (2003), doutoranda pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília e professora da Universidade Estadual de Goiás. Tel.: (61)81614121 E-mail: mai_teixeira@yahoo.com.br Resumo Este artigo traz reflexões sobre as transformações ocorridas na sociedade ocidental desde a década de 1960, onde vemos posturas culturais tradicionais sendo abaladas por uma série de manifestações conhecidas como contracultura, que desencadearam uma série de transformações das mais variadas formas, afetando até mesmo as relações entre sociedade e cultura. A Indústria Cultural foi responsável por, gradativamente, essa relação se diluir, tornando-se quase alheias. Tendo como foco os equipamentos culturais – museus, galerias de arte, centros culturais etc.–, a Indústria Cultural se tornou uma aliada da especulação imobiliária ao passo que é ponto de partida para a gentrificação urbana. No Brasil, o questionável é que o país não passou pelas transformações ocorridas a partir da década de 60 efetivamente, porém, a partir da segunda metade da década de 80, absorve a Indústria Cultural. A década de 90 é marcada por reflexões e críticas dos intelectuais sobre esse fenômeno, que parecem repercutir na primeira década do século XXI, e o diálogo entre Identidade, Cultura e Patrimônio, volta a ser estabelecido. Tendo em vista todo esse debate, dois projetos do Brasil Arquitetura, o Museu Rodin e o Museu do Pão estarão sob os olhares das relações de Identidade, Patrimônio e Indústria Cultural. Clique aqui para ler o artigo [pdf]. |
Museum, City and Identity in the era of Cultural Industry: looks about the Rodin Museum (Museu Rodin) and the Bread Museum (Museu do Pão) Daniela José da Silva is Graphic Designer by Visual Arts Faculty of Federal University of Goiás (2006) and academic of eighth period of Architecture and Urbanism by State University of Goiás. Tel.: (62)8424-8750 E-mail: danijdesigner@gmail.com Maíra Teixeira Pereira is Architect and Urbanist by Federal University of Viçosa (2001), master by Federal University of Viçosa (2003), doctorate student by Architecture and Urbanism Faculty of Brasília University and professor of State University of Goiás. Tel.: (61)81614121 E-mail: mai_teixeira@yahoo.com.br Abstract This article contains reflections about the transformations occurred in the occidental society since 1960s, where we see traditional cultural attitudes being shaken by a series of demonstrations known as Counterculture, that unlock a series of transformations the most varied forms, affecting even the relations between Society and Culture. The Cultural Industry was responsible for, gradually, dilute this relations, becoming almost alien. Having as focus cultural equipments – museums, art galleries, cultural centers etc. - the Cultural Industry teamed up with property speculation, being it starting point for urban gentrification. In Brazil, the questionable is that the country has not gone through the transformations from the 60's actually, but since the second half of the 80s, absorbed the Cultural Industry. The decade of 90s is marked by reflections and critics that intellectuals about this phenomenon, which seem to reverberate in the first decade of XXI century, and the dialogue between Identity, Culture and Patrimony, back to be established. In view of this whole debate, two projects by Brasil Arquitetura , the Museu Rodin (Rodin Museum) and the Museu do Pão (Museum of Bread), will be under the looks of the relations of Identity, Patrimony and Cultural Industry. |
Faça aqui o download da Publicação relativa ao 1º Seminário Internacional da AEAULP. |