A Casa do Baile, Pampulha, Belo Horizonte, inaugura no sábado, dia 26, às 11h, a exposição “José Forjaz – Arquitetura de Moçambique”, que integra a programação do Festival de Arte Negra de Belo Horizonte (FAN). A mostra traz os mais importantes trabalhos realizados pelo arquiteto José Forjaz em Moçambique e outros países do continente africano. Essa exposição foi produzida pelo Museu da Casa Brasileira de São Paulo, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), e está sendo trazida para a capital mineira pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Fundação Municipal de Cultura e da Associação Cultural dos Amigos do Museu de Arte da Pampulha. A mostra traz parte da arquitetura produzida na África nas últimas décadas, oferecendo ao público uma valiosa oportunidade de conhecer as afinidades culturais entre países que compartilham a língua portuguesa. |
O arquiteto, urbanista e designer de móveis José Forjaz integrou a sua atividade profissional as causas humanitárias como compromisso social, cultural, ambiental e político. Marcado pela terra moçambicana, Forjaz nunca mais se desligou da África, desenvolvendo, ao longo da vida, vários trabalhos em países do continente. Com foco retrospectivo e panorâmico, a mostra apresenta obras do início dos anos 1960 até os dias atuais. A exposição, que tem entrada gratuita, pode ser visitada até o dia 1º de julho, de terça a domingo, das 9h às 19h. Contextualizando a exposição “José Forjaz – Arquitetura de Moçambique”, serão apresentados painéis que trazem um trabalho de pesquisa, inventário e reflexão crítica sobre o patrimônio urbanístico, arquitetônico e paisagístico de Moçambique. O trabalho foi desenvolvido pelos professores e alunos da escola Faculdade de Arquitetura e Planejamento Físico da Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo, fundada por Forjaz em 1985. |
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Arquiteto e docente português, José Forjaz nasceu em 1936, em Coimbra. Em 1974, radicou-se em Moçambique, onde tem contribuído para o desenvolvimento da arquitetura africana, sempre associado ao planejamento físico e urbano e ao desenvolvimento socioeconômico. Formado em Arquitetura, em 1966, na Escola de Belas Artes do Porto, em Portugal, finalizou o mestrado em Arquitetura em 1968, na Columbia University, em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Forjaz é autor de reconhecidos projetos construídos na segunda metade do século 20, com destaque para o Campus da Universidade de Botswana, Lesotho, a casa em Mbabane, na Suazilândia (1969-1970), a igreja do Seminário da Matola, o monumento de homenagem a Samora Machel e as casas Roxo Leão pai e filho. Em 1999, foi publicado o catálogo “Entre o Adobe e o Aço Inox - Ideias e Projetos (1962-1998)”, em sequência a uma exposição com o mesmo nome, onde são mostrados os trabalhos dos últimos 30 anos, essencialmente na África. Nas suas obras, o arquiteto aplica as tecnologias disponíveis com os valores e elementos naturais e simples, para obter, com clareza, nas formas procuradas, um sentido estético e poético. |